sábado, 28 de junho de 2014

RUAS DE SAN FRANCISCO SE ENCHEM DE COR PARA CELEBRAR ORGULHO LGBT

San Francisco, 27 jun (EFE).- O centro de San Francisco (EUA) amanheceu nesta sexta-feira com uma bandeira arco-íris pendurada em quase cada esquina e ruas, disposto a celebrar neste fim de semana o orgulho lésbico, gay, bissexual e transexual (LGBT).
O festival gay de San Francisco é um dos eventos do gênero mais populares e fotografados do mundo, e este ano tem o lema “Colore nosso mundo com orgulho”.
O desfile desde domingo contará com mais de 200 blocos, o que o transforma na maior marcha LGBT dos Estados Unidos.
 
O festival do ano passado, que aconteceu poucos dias depois da Corte Suprema dos EUA emitir duas sentenças favoráveis ao casamento entre homossexuais, contou com a participação de 1,8 milhão de pessoas procedentes de todo o país e do mundo, e 18 mil pessoas participaram do desfile.
Desta vez, o caráter reivindicativo do festival aumentou ainda mais, em função das decisões do Supremo de voltar a permitir os casamentos entre pessoas do mesmo sexo na Califórnia e de anular uma parte de uma lei federal de 1996 que impedia casas gays de usufruir dos mesmos direitos que os héteros.
O desfile deste domingo começará às 10h30 locais (15h30 de Brasília), no centro de San Francisco, de onde percorrerá várias das ruas mais famosas da cidade.
Quando começar o desfile, San Francisco já terá completado um dia inteiro de festival, que começará neste sábado no Centro Cívico da cidade, onde o ativista defensor dos direitos dos homossexuais Harvey Milk fez um discurso para a comunidade há mais de 30 anos.
O evento deste ano é o 44º festival do orgulho LGBT de San Francisco e contará com atuações de artistas de referência dentro do movimento, como Jesika von Rabbit, Debby Holiday, The She’s e XELLE.
O aplicativo de transporte compartilhado UBER, que nasceu em San Francisco, anunciou um serviço gratuito no sábado para casais homossexuais que desejem realizar um “casamento expresso”.
Bastará solicitar por meio do aplicativo para que um tabelião e um violinista se desloquem em um carro operado pela companhia até o lugar desejado.
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quinta-feira, 26 de junho de 2014

O FANTASMA DE 50 FICOU SEM DENTES. FIFA DECIDE PUNIR SUÁREZ POR NOVE PARTIDAS APÓS MORDIDA EM CHIELLINI E DESFALCA URUGUAI

Luis Suárez surpreendeu o mundo do futebol ao voltar aos gramados menos de um mês após operar o joelho. Em um período menor ainda, ele jogou por terra a chance pela qual lutou de forma tão árdua. A mordida em Chiellini no confronto com a Itália acarretou uma suspensão por nove jogos, além de ser banido por quatro meses de qualquer atividade ligada ao futebol. É o maior gancho da história da Copa do Mundo. O "recorde" anterior era do italiano Mauro Tassotti, suspenso por oito partidas por ter quebrado o nariz de Luis Henrique, da Espanha, em 1994.
O atacante terá de cumprir os nove jogos de suspensão em jogos da seleção uruguaia, o que deve tirá-lo até de jogos da Copa América de 2015. De acordo com a chefe de comunicação da Fifa, Delia Fischer, após os quatro meses Suárez poderá disputar amistosos com a seleção e atuar normalmente pelo Liverpool, seu clube na Inglaterra.

Fora da Copa do Mundo, o jogador uruguaio pode recorrer. Porém, de acordo com o artigo 124 do Código Disciplinar da Fifa, o efeito suspensivo do recurso só é aplicável ao pagamento da multa de 100 mil francos suíços (cerca de R$ 250.000). A punição já vale para a partida das oitavas de final, entre Uruguai e Colômbia, sábado, no Maracanã. O Comitê Disciplinar enquadrou o jogador nos artigos 48 (conduta antidesportiva) e 57 (comportamento ofensivo e fair play) do código.  O afastamento de qualquer atividade relacionada ao futebol por quatro meses é regulada pelo artigo 22 do Código Disciplinar.


terça-feira, 24 de junho de 2014

'VAI, NEYMARA!' PÚBLICO GAY LOTA BARES E RUA DO CENTRO DE SÃO PAULO NA COPA

"Vai, Neymara!", gritavam fãs espremidos no meio da Rua Frei Caneca, no Centro de São Paulo, durante a transmissão do jogo Brasil x Camarões pela Copa do Mundo na segunda-feira (23). O apelido ao atacante brasileiro vem do bom humor do público gay que frequenta os bares da rua. Neste Mundial, o número de clientes aumentou 150%, comemora a gerente Letícia Noemi, de 35 anos.
Sem espaço para as centenas de fãs que vão ver as partidas, dois dos maiores bares da região colocaram telões de frente para a rua. Além dos salões lotados, uma multidão tentava ver o jogo à distância. No meio de carros passando, e quase sem conseguir enxergar a TV, os torcedores não desanimaram. Ao longo do jogo, a torcida do lado de fora crescia.
"Estão gritando até com a reprise dos lances", notou um fã durante a transmissão na Frei Caneca. "A gente é tão emotivo quanto os fãs héteros. Só que nos expressamos mais", analisou o assistente de marketing Douglas Leite, de 28 anos. O jovem reforçou a vibrante torcida em frente a um dos telões.
Segurança
Douglas disse que gostaria de frequentar mais estádios, mas seus pais o proibiam por medo de brigas. "Depois que eu me assumi gay, eles ficaram ainda mais receosos da violência. Mas esse negócio [de segregar] é a maior besteira", afirmou.
Segurança
Douglas disse que gostaria de frequentar mais estádios, mas seus pais o proibiam por medo de brigas. "Depois que eu me assumi gay, eles ficaram ainda mais receosos da violência. Mas esse negócio [de segregar] é a maior besteira", afirmou.
Os namorados Carlos Tisseu, administrador de 31 anos, e Cristiano Casagrande, enfermeiro de 26, foram ver o jogo na Frei Caneca com amigos. Carlos disse que não acompanha futebol fora da Copa. "A torcida pelo Brasil une as pessoas, e eu fico à vontade torcendo aqui", contou, no meio da rua.
"Há um preconceito de que gay não gosta de futebol. Mas isso aqui mostra que a Copa é para todos", acrescentou o assistente jurídico Eduardo Azevedo, de 32 anos. "E não é só gente que vem para paquerar", revelou.
"O meio do futebol é machista. Mas isso não significa que não existam muitos fãs gays", destacou o dono de bar Fábio Lima, que também celebra o aumento do público nesta época. "Durante os protestos e greves, tivemos prejuízos com a diminuição do movimento. Agora, tentamos compensar", disse o empresário.
'Tem certeza?'
Eduardo contou que seus dois irmãos, um policial e um caminhoneiro, estranharam depois que ele se assumiu homossexual e continuou vendo jogos de futebol toda semana. A dúvida dos familiares não era sobre orientação sexual, mas esportiva. "Isso não é coisa de gay. Você tem certeza de que gosta de futebol?", perguntavam, espantados. "Depois eles entenderam", afirmou.
Yughi Maia, recepcionista de outro bar da Frei Caneca, tinha que avisar a clientes que o estabelecimento já estava lotado 1 hora antes do jogo entre Brasil e Camarões. Sem a tela do lado de fora, ele não podia receber mais pessoas, que acabavam buscando a aglomeração no meio da rua.
Segundo o recepcionista, o movimento grande já era esperado. "Acabou isso de futebol só para hétero. Na final da Libertadores de 2012, estava quase tão cheio quanto nestes jogos do Brasil."
Brasil x Madonna
Em um dos bares da rua, com uma pista de dança no andar superior, era possível ver um DVD da cantora Madonna tocando perto da janela de cima. O filme era reproduzido para ninguém ver, enquanto todos olhavam para o jogo. O Brasil ganhou o "primeiro tempo" da festa, mas a pequena boate já estava preparada para o pós-jogo.
"Não tem uma divisão. As pessoas vêm porque são fãs de futebol e porque querem festa também", ressaltou o DJ Thiago Khaus, que se preparava para colocar o som em outro bar. "Depois do jogo, a gente coloca um 'Beijinho no ombro', aí emenda com outros hits brasileiros, anos 1990, eletrônico", completou.
Fonte:G1