sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

SESSÃO NOSTALGIA! THELMA LIPP ASCENSÃO E QUEDA DE UM MITO!

Thelma Lipp, (São Paulo, 1962 — São Paulo, 9 de novembro de 2004), foi uma modelo e atriz transexual brasileira. Sucesso nos anos 80 e 90, Thelma Lipp foi jurada do quadro "Eles e Elas", do Clube do Bolinha, e atuou em diversas peças de teatro, filmes.
Apesar de não ter sido geneticamente uma mulher, Thelma foi, no auge de sua beleza, considerada uma musa, ao lado de Xuxa,Luiza Brunet e Roberta Close, tendo sido portanto uma das belezas mais celebradas do Brasil.

Descoberta e glamour


Desde criança Thelma Lipp já era fisicamente muito feminina e sempre contou com o apoio da família, tanto que seu nome social («Thelma») foi dado por sua própria mãe. Aos 16 anos, ela já causava admiração e fascínio por sua beleza e feminilidade, mesmo sem o uso de hormônios artificiais.
Foi no começo da década de 80 que Thelma surgiu como uma resposta paulistana à transexual carioca Roberta Close, então em evidência na mídia. Ambas chegaram a disputar, durante toda a década, capas de revistas de todo o Brasil. Roberta fazia o tipo «mulher fatal», enquanto Telma o gênero «garotinha», ambas contudo de belezas extraordinárias. A surpreendente beleza abriu-lhe portas, trouxe fama, admiração, amigos e tudo aquilo que um rosto e um corpo belos — acompanhados de inteligência — podiam trazer.
No teatro, Thelma Lipp atuou em Terezinha de Jesus e Filhas da Mãe, ambas de Ronaldo Ciambroni , além de Mil e uma noites. Na televisão, foi jurada efetiva do quadro «Eles & Elas» do Clube do Bolinha (TV Bandeirantes) e fez participações em vários programas de entretenimento, como Hebe. A fama a catapultou para o filme Dores de amor, de Pierre-Alain Meier e Matthias Kälin, e a tornou personagem de inspiração de Thelma, de Pierre-Alain Meier. Por causa desse filme, foi convidada a participar do Festival de Locarno, Suíça, na avant-première do filme Thelma.
Na mídia impressa, foi capa da Playboy e da Transex , bem como apareceu em entrevistas e editoriais de O Estado de São Paulo, Contigo!, Close, Nova Cosmopolitan (editoriais), WE inglesa. Telma participou ainda de diversas campanhas publicitárias diversas para a mídia brasileira.

Fenômeno drag queen e síndrome


Após brilhar em toda década de 80, Telma se viu nocauteada pelo fenômeno drag queen da década de 90, foi quando o ostracismo bateu à sua porta. Sem trabalho e sem dinheiro ela buscou a prostituição. Sua vida já não tinha o mesmo glamour de seu tempo de celebridade do mundo artístico.
Concomitantemente, ela começou a sofrer de síndrome do pânico, enclausurando-se durante cinco anos em seu apartamento a maior parte do tempo. Para fugir da síndrome, Telma buscou as drogas, o que agravou ainda mais seus problemas. Auxiliada pelo Programa para Dependentes Químicos do Coronel Ferrarini, no final da década de 90, em São Paulo, ela conseguiu vencer o vício, onde se tornou então uma porta-voz na luta para a recuperação de drogados.
Teve então um breve momento de retomada da carreira, ao fazer algumas peças e teatro e televisão, o que lhe trouxe de volta um pouco de confiança e auto-estima.

Breve retorno


Em 1987, os cineastas suíços Pierre-Alain Meier e Matthias Källin vieram ao Brasil para filmar Dores de Amor, filme-documentário sobre a vida das travestis brasileiras em São Paulo. Participaram do filme várias travestis, tanto as que já eram da cena artística como as que faziam prostituição. Durante a produção, o diretor Pierre-Alain não resistiu a beleza e feminilidade de Thelma e se apaixonou. Contudo, não houve reciprocidade por parte dela. Mesmo assim, pouco tempo depois, o cineasta faria o filme Thelma, ambientado na Grécia, que conta a história de um homem comum que se apaixona por uma transexual. A produção foi lançada mundialmente em 2001.
Em 2001, Thelma foi convidada a fazer parte do casting do filme Carandiru, de Hector Babenco, no qual faria o papel de uma travesti presidiária de nome «Lady Di». Entretanto, apesar de ter participado dos ensaios com os outros atores e de ter feito laboratório por meses, sua indicação foi preterida por motivos de marketing. Em seu lugar, entrou o ator Rodrigo Santoro. Esse foi um golpe duro para Thelma, que já estava fragilizada e tentando se recuperar. Contudo, o fato de ser transgênero tornou sua vida muito difícil.
Já inveteradamente viciada em drogas, sobretudo o crack e a cocaína em agosto de 2003 ela foi internada em uma clínica de recuperação para dependentes químicos em Atibaia, interior de São Paulo, onde permaneceu até fevereiro de 2004.

Anonimato e falecimento


Após se recuperar, decidiu que não queria mais uma vida de agitação e flashes. Cortou os cabelos e foi para a mesa de cirurgia para retirar as próteses de silicone. Decidiu se mudar com a família para o Jaçanã, bairro paulistano onde passou sua infância. Vivendo pacatamente, fazia planos para a nova vida, quando, repentinamente, na manhã de 9 de novembro de 2004 acordou com o lado esquerdo do corpo paralisado. Era uma neurotoxoplasmose, doença degenerativa que, com o tempo, paralisa órgãos do corpo.
Foi internada durante um mês e voltou para casa, mas faleceu por insuficiência pulmonar na véspera de Natal de 2004.
Com informações:wikipédia

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