quinta-feira, 29 de maio de 2008

Beijo gay: Ana Maria Braga, ABGLT, Aguinaldo Silva e Coluna Zapping polemizam


A novela Duas Caras, de Aguinaldo Silva, termina somente no sábado.
O capítulo final será divido em dois devido ao fato de ter ficado muito extenso.
Mas a polêmica do tal beijo gay que rolaria entre Bernardinho (Thiago Mendonça) e Carlão (Lugui Palhares) continua e já está até cansando.
Ontem, novas informações, desencontradas, diga-se, sobre o beijo surgiram na mídia.
No programa Mais Você, a apresentadora Ana Maria Braga, junto com Louro José, fez uma retrospectiva dos casais gays das últimas novelas globais, a começar por Senhora do Destino.
A loira declarou que o beijo gay na TV é um tabu. "É complicado. O autor tem que ter muita responsabilidade".Em seguida Ana chamou o ator Lugui Palhares, interprete de Carlão, para falar sobre a polêmica.
Quando questionado se a cena foi gravada e iria ao ar ele fez cara de quem não podia responder a pergunta.
Após isso a apresentadora soltou uma de suas espetaculares gafes que deixou o rapaz nitidamente constrangido. "Antes de responder se vai ter beijo. Esses casais que a gente mostrou aí, foram alguma referência? No caso de... Sempre tem, acho que o ator sempre tem referências. Ou de pessoas que conhece, ou... Ah, você é estrábico", deixou escapar. Após consertar a saia justa, a entrevista continuou normalmente, sem a revelação sobre a possibilidade do beijo.Diz que dizApesar de nota publicada na última segunda-feira pelo jornal Folha de São Paulo, na coluna Outro Canal de Daniel Castro, de que o beijo seria gravado, também ontem, a jornalista Fabíola Reipert, colunista de Zapping do jornal Agora, afirmou que o beijo não foi gravado.
Aguinaldo Silva, em um post de seu blog, defendeu o chamado "beijo entre iguais". Afirmou ser hipocrisia um povo que não se choca com o fato de um dorso de mulher ter sido incinerado em plena luz do dia, na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, se chocar com um beijo entre dois homens. A notícia, que deixou o autor do folhetim 'horrorizado', foi publicada no jornal O Globo há duas semanas e não teve tanta repercussão.Para ele "o povo brasileiro tem mais com que se preocupar - embora não o faça - e, portanto, o fato de um beijo entre dois homens ir ao ar numa novela de televisão depois das nove horas da noite certamente não fará com que ele mude suas convicções em relação a qualquer tema."Aguinaldo defendeu ainda a exibição do beijo por se tratar de um "dos fatos da vida" e que "é dessa matéria que as telenovelas se alimentam"
.No final do post o autor explica que a cena havia sido gravada na última terça-feira. "foi gravada ontem. E, ao contrário do que publicou aquela fifi de franja (se referindo a jornalista Fabíola Reipert), o beijo foi gravado sim.
Mas se ele vai ser mostrado, aí é outro departamento", completou Aguinaldo que também afirmou ter se sentido "na obrigação de escrever" a cena com o ósculo, mesmo que ela não seja exibida.
O novelista pediu ainda que os internautas "leiam a cena e depois tratem de guardá-la" pois "isso não é apenas um texto - é também um documento, uma prova viva dos tempos interessantes em que vivemos", afirmou.
Toma lá, Dá CáDepois de ter sido chamada de "fifi de franja", Fabíola Reipert publicou hoje em sua coluna nota afirmando que a Globo desmente o autor na história do beijo. "Apesar de o autor afirmar que cena de beijo gay foi gravada, a emissora nega.
Aguinaldo Silva escreveu, ontem, em seu blog, que Thiago Mendonça e Lugui Palhares se beijaram durante a cena em que seus personagem se casam, em 'Duas Caras'. 'A cena não estava prevista na sinopse da novela.
A TV Globo concluiu que ela não é apropriada', diz a Globo.
O que desagradou a emissora foi o fato de o autor criar expectativa (falsa) nos telespectadores. Para acabar de vez com a polêmica, a Globo não permitiu que a cena sequer fosse gravada.
Ainda no blog, ontem, Aguinaldo recuou.
Após afirmar que aconteceu o beijo, ele respondeu a uma leitora que não sabia se a cena havia sido gravada..."Questão de MilitânciaA ABGLT - Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais - enviou nota à Rede Globo, solicitando que a emissora transmita a cena com o beijo escrito por Aguinaldo Silva. "Tendo em vista a possibilidade de ser levado ao ar o beijo entre dois rapazes na novela Duas Caras, vimos até esta emissora solicitar que siga seu espírito inovador e corajoso, mantendo esta cena e transmitindo-a ao público." Toni Reis, presidente da entidade, escreveu que "a transmissão desta cena será de grande valia, pois desta forma será mostrado ao público que a manifestação de afeto entre duas pessoas do mesmo sexo, além de legal conforme a constituição, é absolutamente normal e que é uma realidade, sempre foi e sempre será."Para ele "ao veicular esta cena, a Rede Globo está simplesmente refletindo mais uma faceta da vida cotidiana de milhares de cidadãos e cidadãs brasileiras"

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Travestis na política



Kátia, vice-prefeita travesti, honra sangue político da família Tapety


SALVADOR,BA, 22/05/08 - Tapety é sobrenome famoso no Piauí.
Na veia da família corre sangue de poeta, de músico, de médico e advogado.
Corre também, de longa data, sangue de políticos.
Não seria diferente com Katia Tapety, vice-prefeita de Colônia do Piauí, a 338 km de Teresina, primeira vice-prefeita travesti do país, eleita em 2004.
Em Colônia do Piauí, a pobreza suplanta o preconceito.
Três vezes vereadora, presidente da Câmara Municipal da cidade, Kátia é parteira, dentista prática, distribui leite às crianças, corre atrás de atendimento médico aos pobres.
E pobres não faltam em Colônia do Piauí.
No pequeno município, emancipado de Oeiras, primeira capital piauiense, Kátia é vista como mulher. E pronto.
Até na paróquia sentem falta da presença dela.
- Sou respeitada. Sou uma mulher de mão cheia. A bicha que se prostitui não passa respeito. Nunca me prostitui - diz Kátia.
Numa família de nove irmãos, oito homens e uma mulher, Katia nasceu José Nogueira Tapety Sobrinho.
Logo começou a vestir roupas de menina. O pai a trancou em casa. Ao contrário dos outros oito filhos, Kátia não pôde estudar.
O preconceito lhe roubou o diploma, mas não o talento político.
Sem estudo ela já é assim, imagine se tivesse estudado! - conta um influente integrante da sociedade.Influente sim, porém discreta.
Meu pai era cabra macho, sentia o que o filho ia ser - conta Katia, que só se assumiu mulher aos 12 anos, em 1970. Com o pai, trancada dentro de casa, aprendeu o ofício de dentista prático.
No sertão do Piauí, naquele tempo, era na prática que se resolviam as coisas.
É assim até hoje.
Na infância, para horror dos irmãos, usava vestido e brincava de boneca.
A mãe, diz Kátia, a defendia.
Era uma santa, dizia a meu pai que a dor que teve para parir os cabras machos foi a mesma dor que teve quando eu nasci.
Num povoado tão distante e miúdo, onde havia visto um homem se vestir de mulher? - pergunto. - Era de mim mesmo, me sentia bonita, me sentia assim.
Nunca tinha visto. Kátia vive uma união estável de 22 anos com um homem. Ele mora com ela, mas costuma fazer farra com as prostitutas da cidade.
As 'quengas', como as prostitutas são chamadas por lá, deram ao companheiro de Kátia dois filhos que ela cria como dela, hoje com 9 e com 5 anos.
Ele sai com as outras, mas é comigo que mora - resume.
Perguntada sobre outros namorados, ela se apruma:- Não posso falar, ele enciuma. Kátia diz que seus eleitores, gente simples, a chamam de dona Kátia e nem gostam dessa história de dizer que ela é travesti. Confessa que já foi 'paqueradeira', mas hoje anda mais sossegada.
Afinal, é mãe. Toca o telefone e as crianças anunciam correndo: 'Mamãe! Telefone para a senhora'.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

LETICIA LAYSER


ENTREVISTA ( Realizada logo após o show Spice Girls 06 de abril na Divine


onix dance - SE AUTO DEFINA.

Letícia Layser - SOU UMA PESSOA PÚBLICA, SIMPLES E MUITO SINCERA!NÃO SEI DEFINIR QUALIDADES ESPECÍFICAS PARA MINHA PESSOA, ISSO DEIXA COM MEUS INIMIGOS!KKK, MAS SEI RECONHECER MEUS ERROS!SOU PURA, SIMPLES E ÚNICA.ARIANA DE PÉ TORTO!RSRSRS

O X - QUANDO SURGIU E COMO VOCÊ RECEBEU O CONVITE PARA PARTICIPAR DO SHOW?

Leticia - ESSE ESPETÁCULO VEM SENDO ORGANIZADO Há MUITO TEMPO, INCLUSIVE ATRAVÉS DE INSCRIÇÕES PELA INTERNET, A PRINCÍPIO NÃO FUI SELECIONADA, MAS COM O PASSAR DO TEMPO SURGIU UMA VAGA NO GRUPO E UMA AMIGA (LAVINY WOITILLA) SUGERIU MINHA PARTICIPAÇÃO, NA QUAL AGRADEÇO A MESMA!

O X - COMO FOI CHEGAR NA BOATE E DAR DE CARA COM AQUELA MULTIDÃO?

Leticia -FOI MARAVILHOSO, POIS TODOS JÁ ESPERAVAM POR AQUILO!ESTAVÁMOS NA MAIOR ESPECTATIVA POR AQUELE DIA!FOI PERFEITO, LINDO E GOSTOSO!RSRSR PRINCIPALMENTE QUANDO VI AQUELE PÚBLICO MARAVILHOSO GRITAR MEU NOME!SRSRSR

O X - FALTANDO 10 SEGUNDOS PARA SUBIR AO PALCO, O QUE PASSOU PELA SUA CABEÇA?

Leticia - MUITA ADRENALINA, COM UM GRANDE PENSAMENTO POSITIVO DE QUE TUDO IA CORRER BEM!

O X - PRONTO, O SHOW ACONTECEU. E AGORA?

Leticia -AGORA NÃO PODEMOS DEIXAR DE AGRADECER A TODOS PELO CARINHO E A FORÇA QUE FOI NOS IMPUSIONADO.AOS NOSSOS COLIOGRAFOS, AMIGOS E DESCONHECIDOS QUE ALÍ PASSARAM A NOS CONHECER MELHOR!

O X - ELA FOI A IDEALIZADORA, DIRETORA, PRODUTORA E ALÊM DE TUDO, PARTIU DELA O CONVITE PARA PARTICIPAR DO SHOW. SENDO ASSIM DEFINA TATIANA HILUX EM UMA UNICA FRASE.

Leticia -ÚNICA

O X - FORAM MESES DE ENSAIO E UMA MARATONA EXTRESSANTE, TEVE UM MOMENTO EM QUE VOCÊ PENSOU EM DESISTIR? QUAL?

Leticia -OLHA PRA MINHA SICERIDADE, NÃO TIVE TEMPO NEM DE PENSAR E JÁ ESTAVA LÁ, E NEM TAMPOCO DE DESISTIR.SE EXISTRIAM MOMENTOS DIFÍCEIS PARA MIM FORAM OS MELHORES, ADORO AS DIFICULDADES SÃO ELAS QUE ME AJUDAM A CRESCER!!

O X - QUAIS FRUTOS VOCÊ ESPERA COLHER EM SUA CARREIRA COM A PARTICIPAÇÃO NO SHOW?

Leticia -TODOS OS POSSÍVEIS, MAS TODOS SABEM QUE NÃO ESTOU SURGINDO APARTIR DESSE ESPETÁCULO, EU JA EXISTIA NO MUNDO DO TRANSFORMISTA COM UM DOS MELHORES SHOWS ENTRE AS GRANDES ESTRELAS DO CEARÁ E COM UMA DAS MELHORES DUBLAGENS, MAS É CLARO QUÉ TUDO ISSO FAZ COM QUE AGENTE AME MAIS CADA DIA O QUE FAZEMOS!AMO SER TRANSFORMISTA

O X - QUAL RECADO VOCÊ MANDA PARA SEUS FANS?

Leticia -QUE TODOS SÃO MUITO ESPECIAIS, QUE SEM ELES NÃO EXISTIAMOS, POIS SEM PLÁTEIA NÃO HÁ SHOW!AMO A TODOS PRINCILPALMENTE AQUELES QUE ME ACOMPANHAM DESDE O MEU COMEÇO!E QUE ESTEJAM SEMPRE POR PERTO!E QUERO O APOIO DE TODOS NO CONCURSO GAROTA G 2009, ESTAREI LA CONCORRENDO AO TÍTULO DOS MEUS SONHOS!RRSRS
CONTATOS PARA SHOWS.

Leticia -UM GRANDE BEIJO A TODOS!!!

A FACE DA ESTRELA


Livro trata dos conflitos,sentimentos,mitos e tabus envolvendo o relacionamento entre meninas.


A adolescência é uma fase muito complicada.
Nesse período surge uma série de dúvidas sobre sexo, relacionamentos e comportamento.
Muitas meninas, por exemplo, têm dúvidas sobre os seus desejos e sobre a sua sexualidade.
Para esclarecer estas questões sobre sexualidade e relacionamentos, o livro "Amor Entre Meninas" fala sobre o amor entre iguais, levando em consideração a possibilidade de experimentação e autoconhecimento.
A publicação é da Editora Panda Books e está à venda no site da Publifolha.
De forma leve e dinâmica, o título procura acabar com todas as dúvidas a respeito do assunto e desmistifica certos tabus que levam ao preconceito.
Leia abaixo um trecho do livro que fala sobre o momento de "sair do armário".
* SAIR DO ARMÁRIO... Se ter certeza sobre a preferência sexual pode não ser fácil, imagine assumir uma opção não-convencional!
Se você conhece alguém que está passando por isso, saiba que ela precisará de muita força. Agora, se você está vivendo essa situação, respire fundo.
O maior desafio é assumir para si mesma o que a faz feliz.
Aconteceu com ela... A amiga, a colega, a conhecida, seja quem for a menina, a gente já ouviu alguma história assim, de alguém que assumiu sua homossexualidade.
E aí? Como isso rolou?Comigo foi normal.
Minhas amigas sempre ficaram com outras meninas.
Aí quando ela falou que tava mesmo namorando uma garota, ninguém estranhou.
Normal mesmo - D., 16 anos A galera arrepiou. Dar uns beijos numa balada é uma coisa, mas ela apareceu com aliança de compromisso! Foi demais, entende?
E o que os pais dela vão pensar disso? - S., 13 anos Lá na escola tem duas garotas que não se desgrudam: beijam na boca na frente de todo mundo e a galera zoa.
Não seria melhor elas namorarem escondido?
Opção difícil essa... Imagine como seria se você gostasse muito de um garoto e não pudesse beijá-lo em público, não pudesse ir abraçadinha com ele ao cinema nem apresentá-lo aos amigos e à sua família como seu namorado.
Não seria fácil.
Para a maioria das meninas que gosta de meninas essa é a realidade. Muitas têm tanta vergonha de assumir o que sentem que passam a vida fingindo ser o que não são.
Outras até se arriscam a fazer o que o coração manda, mas fazem bem escondidinho para ninguém descobrir. Difícil ser feliz assim.
Poucas assumem para o mundo que gostam de garotas, ainda mais na adolescência! Se essas duas meninas assumiram seu namoro = perante o colégio, de duas uma: ou elas querem chamar a atenção de todo mundo, ou se gostam de verdade e estão querendo que todos entendam que não há nada de mau nisso. Será que o problema está no fato de elas se beijarem na frente da galera, ou na cabeça da turma, que considera isso uma aberração?
Vale refletir! Tem um jeito certo de lidar com uma amiga homossexual?
O fato de uma amiga sua gostar de meninas não deve mudar sua maneira de se relacionar com ela.
Não existe um jeito especial de tratamento.
Isso seria, em si, um modo de discriminação.
Cada pessoa reagirá de um jeito diferente ao saber que alguém próximo é homossexual. Isso porque esperamos que todo mundo seja como a gente, principalmente nossos amigos.
É normal acreditar que uma amiga tenha os mesmos gostos que nós temos por música, roupas, livros, filmes e meninos. Por isso, descobrir sua homossexualidade talvez balance as estruturas. Nesse caso, pare e pense que o mundo é formado por diferenças. Por mais parecidos que os seres humanos sejam em muitos aspectos, também são indivíduos únicos em outros. Com certeza, o que a fez ser amiga dessa garota não foi o fato de ela gostar de meninos. Portanto, saber que ela gosta de meninas não deve mudar todas as outras afinidades que existem entre vocês duas. Eu nem imaginava uma coisa dessas, mas depois de ver essas meninas da escola, uma amiga me contou que também é lésbica. O que faço agora? Se essa amiga contou algo assim é porque confia em você. Primeiro, a vida sexual dela não deve mudar essa amizade; ela pode estar buscando uma confidente, um apoio, alguém para compartilhar suas experiências e dúvidas. Fazemos isso normalmente: amadurecemos vivendo e trocando experiências.
Tudo bem que seja difícil guardar algo assim só para si mesma, mas não cabe a você contar a outras pessoas nem decidir se ela deve ou não dizer a mais alguém.
Seja amiga, apenas a mesma que sempre foi.
O melhor a fazer é não tratá-la de um jeito diferente agora que sabe que ela gosta de meninas. Sair do armário Sair do armário quer dizer assumir sua preferência homossexual principalmente para si própria; depois, para os outros. Muita garota sabe que gosta de menina, sem, contudo, nunca chegar a ficar com uma Para alguém assim usa-se a expressão sair do armário, entende? Enquanto a pessoa não assume sua sexualidade, diz-se que é enrustida.
Mas cuidado! Há uma diferença entre sair do armário e ser arrancada dele.
Uma coisa é colaborar para alguém conseguir expressar livremente sua orientação sexual, outra é expor essa pessoa, denunciá-la. Achar que é obrigatório revelar publicamente a vida privada de alguém, ainda mais por imposição do grupo, é algo totalmente sem noção!Só que ela disse que está namorando uma menina há um tempão e que decidiu levar a garota numa festa da turma do colégio. Eu não acho isso legal. Como faço pra falar o que penso?
Antes de falar qualquer coisa para ela, analise as razões que a fazem considerar essa atitude ruim.
Será que está querendo protegê-la ou está se protegendo?
Avalie-se antes de tomar uma atitude.
Com certeza, sua amiga precisa de uma força, de compreensão e de carinho.
Se você teme uma possível discriminação por parte do grupo, converse com ela, sem tentar ser a dona da verdade. Tente entender seus motivos em querer assumir publicamente esse relacionamento e veja se ela está preparada para uma possível rejeição da galera. Mas note bem: se forem amigas de verdade, esteja pronta para se colocar ao lado dela. Eu acho que não vou ter coragem de ficar ao lado dela se a galera toda começar a zoar ou até afastá-la do grupoEntão a discriminação está na sua cabeça também Colocando-se ao lado do grupo você demonstra que concorda com o que essa turma pensa, ou que tem medo de também sofrer algum tipo de preconceito. Seus motivos são reais para não apoiar sua amiga? Considera errado ela gostar de uma garota? Antes de mais nada, ela está sendo fiel a si própria, assumindo o que sente e vivendo uma paixão. Isso não deveria ser admirado? Talvez ela se sinta sufocada por manter essa relação escondida dos amigos. Talvez precise do apoio dos colegas para viver mais intensa e livremente esse amor. Vocês têm o direito de considerar isso errado ou anormal? O respeito às diferenças deve existir em qualquer realidade e deve ser levado à prática, não ficar só na teoria Os meninos da turma também andam falando que uma outra amiga minha é lésbica.
Devo contar pra ela?Por que esse tipo de comentário está acontecendo no grupo?
Há um ditado popular que expõe bem essa situação: o macaco senta em cima do rabo e fica olhando o dos outros.
Em vez de se preocuparem com a vida sexual de uma garota, esses seus amigos deveriam se preocupar com as próprias opções, com as próprias decisões que precisam tomar em suas vidas. Então, mais uma vez, cabe a você decidir se entra na onda dos meninos ou corta essa onda de uma vez.
Se discorda desses comentários, antes de contar para sua amiga, é bem melhor chegar na galera e tentar mostrar o quanto de preconceito há nisso tudo.
Também vale agitar um movimento de conscientização coletiva, como criar um blog na internet para discutir diversidade sexual ou um jornal na escola, quem sabe até propor um trabalho sobre o tema com um professor com quem tenha maior afinidade. Será difícil, com certeza.
No entanto, levar a história de fofocas e difamação adiante só machucará os sentimentos dessa amiga. Afinal, a vida sexual dela diz respeito somente a ela, certo? Homossexual, lésbica, fanchona, caminhoneira, bolacha, entendida ou sapatão...
Quando uma garota gosta de meninas, é comum logo ser rotulada, e o rótulo costuma ser agressivo.
Chamar uma garota de sapatão, de fanchona, caminhoneira, ou algo parecido, agride e desrespeita o jeito de ela ser.
Muitas vezes usamos as palavras sem pensar na carga que têm.
Dependendo da palavra que usa, aquilo passa a ser um xingamento.
Sendo assim, fique ligada e se livre dos preconceitos na hora de falar, de agir e de pensar.Homossexual: é o modo mais formal de defi¬nir alguém que gosta de pessoas do mesmo sexo.Lésbica: palavra certinha para dizer que uma garota gosta de garotas.Bolacha: é um jeito brincalhão de dizer que a menina é lésbica.Sapatão, sapata, sapa: são termos mais agressivos, que também significam lésbica.Caminhoneira: lésbica muito masculinizada, e a ex¬pres¬são por vezes é usada para ofender uma garota. Usam-se também fanchona ou fancha.Entendida: gíria leve e moderna para dizer que uma menina gosta de meninas. GLS No universo homossexual a sigla GLS é superconhecida. Quer dizer "Gays, Lésbicas e Simpatizantes".
Os "Simpatizantes" são as pessoas que não são gays nem lésbicas, mas respeitam essas orientações sexuais.
Cada vez mais o S cresce no mundo inteiro.
As pessoas, principalmente os jovens, começam a entender que diversidade sexual é uma realidade que merece respeito, embora ainda falte muito para existir igualdade de direitos e de tratamento.
Só para ter uma idéia: o Brasil é recordista em assassinatos de homossexuais. Um deles é assassinado a cada dois dias.
A gente fala em preconceito, mas às vezes é difícil lidar com minhas amigas que já ficaram com meninas e acham que quem não fica é boba ou algo assimDá para entender que ser homossexual seja tão natural quanto ser hetero, mas forçar a barra em nenhum sentido é bom. Elas podem estar fazendo pressão porque encaram a situação como uma moda: para fazer parte do grupo você precisa agir como elas.
Também existe o preconceito às avessas, em que o grupo discriminado passa a discriminar quem não faz parte dele. Se você sabe que o importante é o respeito às diferenças, vai entender que a atitude delas está sendo uma roubada.
Mostre o seu ponto de vista, porque ficar quieta ou fazer o que elas querem não resolve nada.
Ficar com uma menina só pra seguir a moda é ridículo!
Você tem de corresponder à sua essência e ponto. --J., 25 anos Ficar com uma menina só pra parecer descolada é um comportamento infantil! Não acordamos um dia e resolvemos que vamos beijar garotas.
Ser lésbica tem de ser algo que vem de dentro, é natural, faz parte da pessoa. -- M., 24 anos "Amor Entre Meninas"Autora: Shirley SouzaEditora: Panda BooksPáginas: 88Quanto: R$ 14,90Onde comprar: nas principais livrarias, pelo telefone 0800-140090 ou no site da
Publifolhahttp://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha/ult10082u404063.shtml

Com tom político, 12ª Parada GLBT leva multidão às ruas de São Paulo


SÃO PAULO- Milhares de gays, lésbicas e transexuais fizeram festa neste domingo em São Paulo, a capital de negócios do Brasil, usando uma das maiores paradas gay do mundo para pedir o fim da discriminação e da violência homofóbica.
DJs tocaram em cima de caminhões que percorreram a principal avenida da cidade, ladeada por arranha-ceús, enquanto a multidão compacta dançava e celebrava no clima quente e ensolarado com perucas, máscaras ou fantasias, em um verdadeiro carnaval fora de época.
"Não sofro preconceito porque normalmente sou muito discreto, mas hoje estou vivendo o momento. Aqui no centro de São Paulo, hoje, todo mundo pode fazer o que gosta", disse Júnior Antenor, de 21 anos, usando uma fantasia de anjo, nas cores prata e branco.
Os organizadores esperavam reunir 3,4 milhões de pessoas.
A polícia militar, no entanto, não quis fazer estimativas sobre o número de participantes.
Alguns furtos foram registrados, mas até o início da noite não havia registro de nenhuma ocorrência grave no evento.
A Associação da Parada do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transsexuais de São Paulo escolheu o lema "Homofobia mata! Por um Estado laico de fato" para a 12ª parada realizada desde que o evento anual começou em 1997, com escassas duas mil pessoas.
"Esta é a diversidade que o país quer, a diversidade que nós temos para crescer como um país buscando um nicho turístico entre a comunidade gay", disse a jornalistas a ministra do Turismo e ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy, em cima de um dos trios elétricos que desfilaram.
Além de Marta estavam presentes os ministros da Desigualdade Social, Edson Santos, e dos Esportes, Orlando Silva, este último acompanhado da família.
As autoridades de São Paulo e a petrolífera brasileira Petrobras também apoiaram o evento, que se tornou uma grande fonte de recursos para a cidade e para o turismo no maior país da América Latina.
A Associação também apóia os planos da Federação de Comércio de São Paulo (Fecomércio) de certificar comerciantes e prestadores de serviços que respeitem diversidade de raça, origem étnica, diferenças físicas e orientação sexual.
Especialistas em pesquisas disseram no ano passado que os gays no Brasil têm renda acima da média da população e gastam mais em lazer, mas a Fecomércio diz que 40 por cento dos gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros sofrem discriminação como consumidores.
(Texto de Peter Murphy, com reportagem adicional de Stephanie Beasley)

Parada Gay impede desfile de trio; ONG denuncia espancamento e censura política


Um dos 22 trios elétricos previstos para desfilar durante a 12ª Parada Gay de São Paulo foi impedido de participar do evento pelos organizadores, que justificaram a decisão alegando "documentação irregular".
A Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas) informou que ativistas "foram violentamente espancados e presos" e atribuiu, em nota, o incidente à "intolerância política e a repressão".
A Conlutas diz organizar mais de 700 entidades dos movimentos sindical, estudantil, popular e, também, de mulheres, negros, além de gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros e transexuais.
A entidade informou que não houve "motivo concreto" para o impedimento do desfile do carro de som, que estava regularizado, segundo a Conlutas.
"Diante da indignação e da resistência dos ativistas, a Polícia Militar, a mando dos organizadores do evento, da prefeitura e governo do Estado, partiu para a agressão.
Com uma violência desproporcional, os policiais, comandados pelo major PM Pedro, espancaram os participantes.
Uma militante do PSTU teve a mão quebrada.
Outros tantos ficaram feridos em diferentes graus", citou a nota divulgada pela entidade.
A Conlutas reclamou do que chamou "ato de censura política" e informou que foram presos quatro militantes, identificados como José Maria de Almeida, da Conlutas, Paulo Barela, dirigente sindical e servidor do IBGE, Altino Júnior, da Conlutas-SP e Reinaldo Chagas, estudante de história da fundação Santo André.
A entidade diz que seu objetivo de participar da Parada Gay era "rejeitar a mercantilização do movimento e as políticas demagógicas dos governos federal, estaduais e municipais, que longe de acabarem com a homofobia e a violência contra nós, a mascaram".
Outro lado
O coronel Álvaro Camilo, da Polícia Militar, informou que o carro da Conlutas não estava na lista dos trios oficiais, por isso não tinham autorização para participar do evento --embora o trio da Conlutas constasse no material divulgado pela organização da Parada.
O coronel disse que, a pedido dos organizadores, o trio foi retirado, porque estava atrapalhando o andamento dos outros carros. Na hora da retirada, segundo o coronel, os responsáveis pelo trio se recusaram a deixar o evento, o que provocou o confronto com os policiais e as quatro prisões.
Fonte: Folha On-line.